terça-feira, 11 de novembro de 2014

Sem título por falta de criatividade. Ou falta de foco.

Sentada diante do notebook. Quero escrever. Algo em mim grita e quer sair, mas não é um grito apenas, aliás, é um grito mas um grito inteligível, um grito que carregasse nele todo o mundo dentro de mim. Há um mundo infinitamente incontrolável. Sentada diante do notebook, os dedos mexendo no teclado e as palavras saindo, voando, nascendo de mim como o ventilador oscilando de um lado para o outro: apenas porque tem de ser assim. Não preciso parar para ordenar meus pensamentos, não quero ordenar nada. Essa desordem que trago aqui dentro já me é tão natural (mas não menos dolorosamente complicada de lidar) que nem preciso de tanta ordem na minha escrita. Meio que a desordem faz sentido, mais sentido do que se tudo estivesse ordenadamente seguindo uma lógica mais lógica, do que a minha própria lógica ilógica. Sentada diante do notebook respiro profundamente todo o ar desse quarto que carrega tantas energias diferentes. Ultimamente tem sido meu refúgio, nosso refúgio, o único lugar no qual me sinto segura. Esse quarto já tem toda uma energia dele, ele deixa tudo dele aqui, além das roupas, do cheiro no meu lençol. Isso de deixar cheiro nas roupas, nos lençóis, na cama, é uma das coisas mais preciosas, é uma lembrança mais concreta e um afago sem tamanho. Para mim é um afago. Sentada diante do notebook passa do pensamento sobre cheiros para gostos, como comer é bom! Para mim é, uma das três coisas mais gostosas do mundo. As outras duas: dormir e fazer sexo, ou melhor amor. O sexo, essa junção de corpos, é um ato de amor à humanidade, sabiam? Eu acho. Mas enfim, só queria escrever mesmo, para me sentir viva. Sabe, eu nunca quis procurar profissionais da psicologia, psiquiatria...por que, veja...a primeira palavra desse texto carrega um peso grande, que ainda está aqui, mas bem menos ruim de segurar. Já me sinto bem, ou seja, escrever é cura, ou pelo menos remédio, paliativo, ou seria placebo? Só sei que sinto que alguma coisa de mim vale a pena. Escrever sempre foi uma paixão. Essa paixão que eu sei que nunca vai me largar. Escrever é vida, mesmo sem foco, sem criatividade. Enfim. Beijos pra você que me leu até o ponto final, esse aí:. 

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